12 de outubro de 2009

O mundo Coiote e Papa léguas

Quando era pequeno, gostava muito de olhar desenhos. Desenhos estes que nada se assemelham aos de hoje. A começar pelos personagens, antigamente animais. Hoje são robôs , fantasmas, bruxas, monstros, e seres com poderes. O Pica pau, Tom e Jerry, Pernalonga e outros tinham perspectivas diferentes de Naruto, X-men, Dragon Ball e Pokemon. Isto porque o desenho é mágico, foge do mundo real para ir para um um mundo paralelo, onde tudo pode. Imagine se você está olhando um desenho pela manhã estando com 6 ou 7 anos e numa das cenas o coiote cai do penhasco e morre. Nossa que horror pois agora não existirá mais coiote pois ele morreu. E o tal Papa-léguas que era tão bonito e esperto agora se torna um assassino.E na sucessão de desenhos acontece o mesmo com o Pica pau e o Tom come o Jerry, O Patolino foi para a panela e o Ligeirinho cai na ratoeira.Que bom que nada disto acontecia. Desenho é para ser assim, utópico. E imagine um mundo onde tudo pode, onde gravidade não atua, tiros não matam, bombas são engraçadas... Seria tão bom um lugar onde não existissem consequências.
Em nossos tempos , a realidade das ações do ser humano passa a não ter peso. Onde um menino pode como um adulto e uma escolha não passa de uma bobagem. Nos machuca ver uma menina de 15 anos grávida.Nos fere ver um menino dependente químico com 11 anos. Onde estão os princípios mais nobres da sociedade? O pior é que atualmente nem os princípios mais básicos e essenciais operam na escola da vida. Há poucos que procuram resgatar valores pois para muitos os valores já não valem. O ser humano foi criado perfeito imponente. Fomos criados livres porém com leis. E a verdade é que a liberdade é respeitar as leis. Nada surge sem que regras, sim e nãos existam . A natureza já foi regida integralmente por leis. Quem diz para o sol nascer, o vento soprar e a chuva cair? Porém o ser humano vive por viver e influência tudo ao seu redor. Portanto o sol queima, o vento age monstruosamente e a chuva sepulta corpos. O homem modelo é existêncialista. Vive só por sua existência. Vive para si. Se precisar roubar para viver ele rouba, se precisar matar para viver ele mata. Só que no fim da vida não valeu nada e a vida sempre vai. A morte vem num dia ou no outro. Vejo amigos meus sendo levados para o “mundo”. E como o erro é lindo, colorido, chamativo e cheio de luzes. Luzes que hipnotizam. E não há o que fazer.
Contudo, não há derrota para nós que decidimos ser inabaláveis. O nosso mundo Coiote e Papa-léguas não nos atinge. O vento pode soprar gélidamente em nosso rosto mas não há vitória sem sacrifício. O poder está numa simples e pequena escolha. Uma escolha certa e uma interminável determinação pode salvar valores. Pode ser que a escuridão assuste por ser tão densa. Não temas, é necessário uma pequena luz para que haja vitória.


Éferson Viana
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